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vivendo e aprendendo

partilha de experiência de vida a nivel geral. Divagar sobre pintura,poesia,história e sobre a sociedade em que vivemos.

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AS VOLTAS DA VIDA

 

A MAGIA DO NATAL

 

Gosto do Natal e de toda a magia que envolve esta época.

Nem sempre assim foi;há alguns anos atrás , a característica azáfama que sempre antecede o Natal,espetava farpas no meu coração fazendo-o sangrar abundantemente.

Tudo tem a sua explicação...é que durante alguns Natais faltou uma ovelhita no meu rebanho.

Uma ovelhita que andou tresmalhada ,e o facto de nada saber dela , fazia com que o meu desespero fosse ainda maior nesta altura do ano.

Até aí , o Natal sempre havia sido,  para mim , a fase mais bonita do ano.

O Natal da minha infância,ah era mágico mesmo.Especialmente aquele em que,teria eu três ou quatro anos,o meu pai subiu acima do telhado,prendeu as prendas com uma corda e , lentamente, as fez descer pela chaminé.

Do lado de dentro,sem a mínima suspeita do que se estava a passar lá fora,eu sentadita na minha cadeirinha alentejana rezando de mãos postas,por indicação da minha mãe,e os olhos esbugalhados em direcção ás prendas que vinham descendo,sem conseguir acreditar no que os meus olhos viam.Ou seriam as minhas orações assim tão poderosas?

E viessem cá dizer que o menino Jesus não dava prendas!Qual quê,eu vi e até ouvi a sua voz indicando a quem se destinavam os presentes. Sim que naquela época não havia Pai Natal,quem trazia as prendas era o Menino Jesus.

Pois é,sempre gostei de fazer o presépio. A árvore de natal já são modernices que adquiri em Lisboa.

Actualmente o meu Natal tem todos os hábitos que colecionei ao longo dos anos e dos sítios onde vivi.

Tem o presépio e o perú que vem dos tempos de infância em Évora,tem o bacalhau com couves e a árvore de Natal que vem dos anos vividos em Lisboa,e agora já tem também o Cristhmas pudin,.ou não estivesse eu a viver em Londres.Dada a dificuldade de adquirir cabrito por estas paragens,este ano foi substituido por borrego,da Nova Zelândia....imaginem!

No entanto, desde os anos tristes de que atrás falei,na minha alma o Natal ficou um pouco despido da tal magia.É que o meu sofrimento acordou-me para o facto de nem toda a gente viver esta época com alegria e felicidade.

Com tudo o que vai por esse mundo fora,não há magia que consiga envolver-nos e fazer-nos sentir plenamente felizes.

 

26 de Dezembro de 2006

 

 

Em Dezembro de 2006, quando escrevi este texto, nao poderia imaginar que esse seria o ultimo Natal em que tinha vivos todos os meus seres amados.

Desde entao, o Natal passou a ser tortura.