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vivendo e aprendendo

partilha de experiência de vida a nivel geral. Divagar sobre pintura,poesia,história e sobre a sociedade em que vivemos.

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O CAMPINO E A CEIFEIRA-3

OLHOS NOS OLHOS

 

Aquela espera era angustiante. Cada minuto parecia nao ter fim, tudo em si estava agitado.

La foi aguentando, rindo-se de si propria, tentando convencer-se de que nao havia nenhum motivo

para estar assim tao nervosa.

Dizia para consigo que talvez ele fosse horroroso, sem qualquer semelhanca com a voz que possuia,

e entao isso facilitaria as coisas. Dentro de poucas horas livrar-se-ia daquela sensacao de inseguranca

em que andava mergulhada. Logo ela, que sempre gostara de sentir os pes bem assentes no chao !

      Com grande dificuldade, as horas passaram, e o tao esperado momento chegou finalmente.

No instante em que ela o viu caminhar na sua direccao, o coracao disparando, desatou a bater em desalinho,

as pernas ficaram bambas, e teve medo que toda a gente, incluindo o campino, percebecem a revolucao que estava a acontecer no seu intimo.

Caminhou ao seu encontro, fazendo um enorme esforco, para aparentar uma calma que estava longe de sentir.

Finalmente ali estava ele na sua frente, sorrindo, transformado em algo palpavel, nao apenas aquela imagem fugidia que a sua imaginacao fabricara.

Inacreditavel...ali assim...olhos nos olhos !

Feitas as apresentacoes, seguiram para a festa, e foram absorvidos pela multidao.

Enquanto a festa durou, a ceifeira ia deitando umas espreitadelas furtivas, na tentativa frustrada de descobrir nele defeitos ou comportamentos de que ela nao gostasse, que jusificassem que, de uma vez por todas, colocasse a cabeca no lugar.

       Mau grado seu, tal nao aconteceu.

Pelo contrario, se a sua voz lhe agradara, a sua pessoa agradava-lhe ainda mais.

Comecou a sofrer, por antecipacao, pensando no momento em que teriam que se despedir.

E como tudo o que `e bom acaba depressa, a festa chegou ao fim. Despediram-se com um abraco, tendo ele comentado a rir:

- Que abraco tao apertado !

Se nao fosse noite, todos teriam visto como a ceifeira corou.

 

 

(a estoria continua...)