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vivendo e aprendendo

partilha de experiência de vida a nivel geral. Divagar sobre pintura,poesia,história e sobre a sociedade em que vivemos.

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BERNARDO SASSETTI

 

Bernardo da Costa Sassetti Pais morreu ontem ao cair de uma  falésia na zona de Cascais, onde estaria a tirar fotografias.

O corpo do pianista foi resgatado ontem à tarde, numa zona  rochosa junto à Praia do Abano, no Guincho, por elementos dos Bombeiros  Voluntários de Alcabideche, Polícia Marítima, Instituto de Socorros a Náufragos  e INEM, durante uma operação delicada, que obrigou a descer homens recorrendo a  cabos.

O Expresso soube que, no local, não existiam elementos  suficientes para identificar o corpo, tendo este sido conduzido para a morgue do  Cemitério da Guia, em Cascais, onde deverá ser autopsiado até amanhã. Hoje, ao  princípio da tarde, a família identificou o corpo.

Durante a operação de resgate, as autoridades no local  colocaram as hipóteses de acidente ou suicídio.

O pianista e compositor nascido em Lisboa, a 24 de Junho de  1970, bisneto do Presidente da República Sidónio Pais, que foi assassinado no  início do século passado, era marido da atriz Beatriz Batarda, com quem tem duas  filhas.

Formado em piano clássico, começou aos nove anos e teve Maria  Fernanda Costa e António Meneres Barbosa como professores, antes de enveredar  pelo jazz, área na qual viria a distinguir-se. Em 1987, inicia a carreira com o  Quarteto de Carlos Martins e o Moreiras Jazztet.

Músico completo

O primeiro disco em nome próprio, "Salssetti", surge em 1994,  seguido de "Mundos" (1996). Em 1997, com Guy Barker, grava "What Love Is",  acompanhado pela Orquestra Filarmónica de Londres. Em 2002, o seu álbum  "Nocturnos" venceu o Prémio Carlos Paredes.

A actividade como compositor solidifica-se por esses anos, nos  quais se destacam as obras "Ecos de África", "Sons do Brasil", "Fragments (Of  Cinematic Illusion), "Entropé" para piano e orquestra, e "4 Movimentos Soltos"  para piano, vibrafone, marimba e orquestra.

É conhecida a sua colaboração com os pianistas Mário Laginha e  Pedro Burmester, com quem abraçou o projecto "Três Pianos". Com Mário Laginha,  gravou três CD: "Mário Laginha/Bernardo Sassetti", "Grândolas" - uma homenagem a  Zeca Afonso e aos 30 anos do 25 de Abril - e "Piano a 4 Mãos"..

Em trio de jazz, apresentava-se regularmente com Carlos  Barretto e Alexandre Frazão.

Os seus últimos trabalhos discográficos, "Índigo" e "Livre",  para piano solo, foram aplaudidos pela crítica e considerados exemplos da sua  maturidade artística.

Relevante é igualmente a sua obra para cinema, arte na qual se  iniciou em 1994, por via de uma composição para grupo de câmara que acompanhava,  ao vivo, a projecção do filme mudo português "Os Crimes de Diogo Alves". Em  1999, a experiência repetiu-se com a partitura para orquestra para "Maria do  Mar", de Leitão de Barros. Nesse mesmo ano, escreveu a música de "As Terças da  Bailarina Gorda", de Jeanne Waltz, e participou na banda sonora do filme "The  Talented Mr. Ripley", de Anthony Minguella, no qual surge também a tocar. Nos  anos seguintes, compôs música para os filmes "Facas e Anjos" de Eduardo Guedes  (2000), "Aniversário" de Mário Barroso  (2000), "O Segredo" de Leandro Ferreira  (2001) e "Quaresma" de José Álvaro Morais (2003).

Anos de 2010 e 2011 foram dos mais intensos da sua  carreira

O lado mais mediático da sua atividade em 2010/11 foi a edição  do disco com Carlos do Carmo (ed. Universal) (ver vídeo) e de "Motion"  com o seu trio, na Clean Feed (a apresentação ao vivo incluiu a projeção de  fotografias de sua autoria).

Mais discretas foram as colaborações nos álbuns "Palace Ghosts  and Drunken Hymns", do Will Holshouser Trio, e "Madrugada", dos Peixe: Avião.

Compôs para teatro ("Azul Longe nas Colinas", de Dennis Potter,  numa encenação da sua mulher, Beatriz Batarda), para dança ("Uma Coisa em Forma  de Assim", da Companhia Nacional de Bailado), para bebés ("Os Embalos do  Bernardo") e até para o Castelo de São Jorge ("Histórias do Castelo"). 

Acompanhou Beatriz Batarda ao piano em recitais onde esta narra  contos de Sophia de Mello Breyner; participou em "Final de Rascunho", de Sérgio  Godinho, que integra uma canção com música sua.

Sassetti tocou ainda com Camané 'My Funny Valentine' na Festa  do Jazz 2010 e apresentou os 3 Pianos com Mário Laginha e Pedro Burmester no  Festival Med.

Recebeu o Prémio Amália Rodrigues (categoria Música Popular) e  o Prémio da Sociedade Portuguesa de Autores (categoria Melhor Canção, para  'Retrato', com letra de Mário Cláudio, do álbum com Carlos do Carmo).

Fez ainda parte do júri da 8 1/2, a Festa do Cinema Italiano,  em Lisboa.

A sua atividade mais recente incluiu a participação no disco  "Motor" de André Fernandes (ed. Tone of a Pitch), a escrita de um tema para o  disco "Different Time" (ed. Sony) de Marta Hugon e a presença no CD "DocTetos"  (ed. edição JORSOM), de António José de Barros Veloso. O pianista compôs ainda  uma parte da música original para o espectáculo multimédia "Lisboa, quem és  tu?", estreado a 30 de março último no Castelo de

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